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Os cinquenta e sete trabalhadores, incluindo 30 piauienses, que foram resgatados de condições análogas à escravidão em uma propriedade rural de Gentio do Ouro, na Bahia, foram recrutados por um empregador do Piauí e nunca receberam salários.
Os trabalhadores foram recrutados na região dos Cocais, nos municípios de Esperantina Joaquim Pires e São João do Arraial .
O resgate deles foi feito pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, do Ministério Público do Trabalho do Piauí (MPT-PI), com apoio do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União.
O procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de combate ao trabalho escravo do MPT-PI, afirmou que os trabalhadores do Piauí partiram para a Bahia, em fevereiro, em busca de oportunidades melhores na extração da palha e pó da carnaúba.
Segundo ele, os trabalhadores relataram que não ganharam qualquer dinheiro entre fevereiro e junho, mês do resgate.
"Embora tivesse sido assegurado o pagamento de um salário, esses trabalhadores não receberam durante todo esse período da extração. Eles começaram a trabalhar em fevereiro e até junho não haviam recebido dinheiro", destacou o procurador.
Ainda conforme Edno, os empregadores passaram a buscar regiões onde a fiscalização é menor e áreas onde a extração da carnaúba é permitida durante todo o ano.
"O Piauí tem uma tradição já no trabalho da palha de carnaúba, tem carnaúba em quase toda sua área. Então, nós temos muitos empregadores, muitos produtores que atuam nessa atividade. Como nós começamos a combater essas irregularidades, eles começaram a migrar para outras áreas. Lá detectamos uma turma de 30 piauienses e outra com 12 cearenses", explicou.
O procurador explicou que os pagamentos das verbas rescisórias, dano moral individual e coletivo dos trabalhadores piauienses serão buscados judicialmente. Além disso, o nome do empregador deve passar a constar na próxima lista sobre trabalho escravo, conhecida como lista suja.
???? A "lista suja" é um documento público divulgado semestralmente pelo Ministério do Trabalho, em abril e outubro, com o objetivo de dar visibilidade aos resultados das fiscalizações do governo de combate ao trabalho escravo.
Encontrados em situação degradante
Segundo informações do MPT-PI, divulgadas na última quarta-feira (25), os 57 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes, morando em alojamentos superlotados.
Os trabalhadores se alimentavam sentados em troncos de madeira, preparavam seus alimentos em fogareiros improvisados e não possuíam instalações sanitárias adequadas.
Além dos piauienses, no grupo dos trabalhadores resgatados havia 12 cearenses e 15 baianos.
Piauienses resgatados em situação análoga à escravidão não recebiam salários há cinco meses — Foto: Divulgação/MPT-PI
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